Entrevista – Kowawa Kapukaja Apurinã – Pietra Dolamita

Kowawa Kapukaja Apurinã

Nasci Kowawa é meu nome indígena, significa fruto da jurubeba braba. Pietra Dolamita é a palavras que chama nome. Nome de Pedra dura para sobreviver nas terras do Sul.

Sou filha da Terra, irmã das estrelas e amiga do Sol. No mundo ocidental tenho formação em Direito (UCPel), Mestra em Educação (IFSul) e Antropologia Social (UFpel).

Me percebo como uma ativista indígena, que atua juntamente com os/as parentes a luta pela Terra. A Terra é fêmea e geradora de nossas vidas, temos de cuidar dela, pois ela não nos negará nada. Sigamos na resistência dos povos indígenas neste lugar que chama Brasil.

Trajetória

Pietra Dolamita – Kowawa Kapukaja da etnia Apurinã é filha de Francisco e Mira, neta de Marycota Apurinã e Bisneta de Tomás Apurinã lá das bandas de Pauini, Amazonas. Bacharela em Direito – Universidade Católica de Pelotas–UCPEL. Licenciada em Artes Visuais – Universidade Federal de Pelotas Mestra em Educação e Tecnologia – Instituto Federal Sul-Riograndense –IFSUL – Pelotas, RS, com ênfase em Educação Ambiental e Educação Escolar Indígena. Mestra em Antropologia – Universidade Federal de Pelotas – UFPel com pesquisa nas áreas: Antropologia da violência, Povos indígenas e Mulheres indígenas, Educação Ambiental. Pesquisadora do projeto do IFSul –Charqueadas: Grupo de Estudos em Gestão Territorial. Editora do Portal Catarinas. Atua com @s indígenas Kaiowá e Guarani de Mato Grosso do Sul e Direito Indígena e Constitucional na luta pela demarcação das terras indígenas e políticas públicas. Tem experiência em formação de professores/as na implementação do ensino da Cultura Indígena em escolas publicas. Professora de Artes Visuais. Ativista Indígena e Guerreira.

Artigos em Revistas

Terra Parenta Ancestral

Revista Diversidade e Educação – FURG
Kuawá Apurinã Maria de Fátima Nascimento Urruth, Jorge Eremites de Oliveira

Demonstra a relação visceral e a importância do modo de viver dos Kaiowá. Trazendo as narrativas das mulheres e homens indígenas e as suas percepções sobre a violência que enfrentam cotidianamente pela luta pelo seu modo em busca do bem viver e a relação parental com a terra como parte si mesmo.

Mbaracá: Entre a escola e a natureza

Revista GespesVida
Maria de Fátima Nascimento Urruth-Kuawá Apurinã, Claudia Mariza Mattos Brandão, Miguel Monteiro Gallo

O trabalho demostra a relação entre a escola e a natureza a partir da experiência e elementos da cultura indígena e a aplicabilidade da lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Isso, através da utilização do instrumento musical indígena mbaracá, desenvolvido em uma oficina oferecida para estudantes de 7º ano, da Escola Estadual Felix da Cunha.

Educação Indígena e Educação Ambiental – aproximações: o caso do povo do Passáro Azul Shanenawá

Revista Thema – IFSul
Maria de Fátima Nascimento Urruth, Patricia Calixto

Estabelece um encontro entre a Educação Ambiental e a Educação Escolar Indígena, em uma escola indígena. Trazendo recortes de autores indígenas e não indígenas busca entendimento dessa relação tão próxima. Uma tentativa de demonstrar as diferentes cosmologias e suas tensões. Abordamos a forma como os indígenas se relacionam com a natureza, com o território e a terra no ambiente escolar indígena, que tem por essência a visão ambiental indígena.

Dissertações

Shanenawá – o povo do pássaro azul: as possibilidades de uma educação ambiental profunda

Dissertação (Mestrado) – Instituto Federal Sul-rio-grandense–- Câmpus Pelotas
Maria de Fátima Nascimento Urruth

Como os indígenas percebem a natureza e sua integração com esta. O espaço escolhido para esta investigação localiza-se no Vale Juruá, Estado do Acre, no município de Feijó, nas Terras Indígenas Katukina/Kaxinawá onde vivem e habitam o Povo do Pássaro Azul, os Shanenawá. O método de investigação utilizado deriva de referências da antropologia à etnografia

“Terra, vida, justiça e demarcação”: mulheres Kaiowá e a luta pela Terra Indígena Taquara, município de Juti, Mato Grosso do Sul, Brasil

Dissertação (Mestrado em Antropologia – Área de Concentração em Antropologia Social e Cultural) – Universidade Federal de Pelotasl
Maria de Fátima Nascimento Urruth

Analisar a luta pela regularização da Terra Indígena Takuara (Takwara), localizada no município de Juti, estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. A ênfase maior do estudo está na compreensão do protagonismo de mulheres Kaiowá, especificamente de lideranças femininas que atuam no processo de manutenção do bom modo de vida, o bem viver ou teko porã, e sua participação nas retomadas de parte das terras tradicionalmente ocupadas.

Capítulos e livros publicados

APURINÃ, K. Narrativa de um encontro de resistência. In: Graziela Rinaldi da Rosa. (Org.). Mulheres em Movimento: perspectiva em educação, ativismo e empoderamento. 1ªed.Curitiba: , 2019, v. 1, p. 22-59.

M.F.N.URRUTH. A voz de uma mulher indígena na luta pela terra. In: Jara Lourenço da Fontoura, Berenice Vah Vaniel,Mauro Dillmann, Graziela Rinaldi da Rosa. (Org.). Vozes do Campo: lutas, saberes e resistências. 1ªed.Rio Grande: Editora da Furg, 2017, v. único, p. 241-243.

M.F.N.URRUTH. Os rios ,as pedras e as flores. In: Altmann, Lori, Manke, Lisiane Sias, Gasparotto, Alessandra. (Org.). Sonhos, lutas e resistências: histórias de estudantes cotistas negra/os, quilombolas e indígenas e seu ingresso na universidade. 1ªed.Francisco Beltrão: Calgan Ed. Grafica, 2017, v. 2, p. 27-31.

APURINÃ, K. Povos Indígenas no Brasil: direitos, políticas sociais e resistências. In: Kuawa Apurinã; Estela Rondina Scandola. (Org.). Porto Alegre: Nova Práxis Editorial, 2020, 1ªed., p. 402.

Midias:

Pemuta – Fernando Pessoa

Projeto Permuta – Cia. Ubuntu de Teatro
Intérprete: Kuáwá Apurinã

Esse mês o Projeto Permuta foi fortalecido pela indígena Kuáwá Apurinã, que nos trouxe saberes da cosmologia indígena e as pinturas corporais do Povo do Passáro Azul, os Shanenawá. Representatividade e compartilhamento de culturas, amores e muita poesia!

Permuta – Caminho do contrário, Humberto A'Kabal

Projeto Permuta – Cia. Ubuntu de Teatro
Intérprete: Kuáwá Apurinã

A Cia. Ubuntu de Teatro novamente traz em versos a representatividade indígena.

Fio da Opinião 01 – Dia 8 de Março

FIO DA OPINIÃO EP01
Entrevista

A temática do 8 de março trará questões para pensar os dilemas e lutas da mulher na atualidade. Mulheres Especialmente Convidadas para partilharem suas opiniões neste primeiro episodio do “Fio da Opinião”: Marielda Barcellos Marcia Monks Pietra Dolamita Roberta Mello
#ABRILINDIGENA 14 – Indígenas Antropólogos. – Luana Kumaruara, Francisco Apurinã, Braulina Baniwa, Eliene Rodrigues Putira Sacuena, Pietra Dolamita Apurinã e Yara Macuxi, apresentação Daiara Tukano

Roda de Conversa: Quando arte e política se encontram nas redes e nas ruas

Essa roda visa promover o diálogo acerca da importância da arte para a luta política e o protesto, a ética e a estética do artivismo, as expressões e movimentos que utilizam da arte para levar às ruas e redes suas pautas e agendas de lutas.

Manawa Radio Web. Mulheres indígenas, artistas e ativistas na luta com a Mãe Terra.

Live de lançamento

Povos Indígenas no Brasil: direitos, políticas sociais e resistências

A questão dos povos indígenas no Brasil é histórica, global e atravessada por interesses de ordem sociocultural, política e econômica. São muitas as iniquidades e violências que precisam ser conhecidas para serem confrontadas e superadas. E, também, são muitos os processos de resistência e movimentos de luta. A obra em questão volta-se a retratar essa realidade, mas o faz de modo ímpar, muito além do básico.

Gênero também é uma questão indígena

Povos Indígenas no Brasil: direitos, políticas sociais e resistências

O encontro é uma homenagem à coragem dos povos originários, traduzida em forma de lutas contra as violências aos corpos indígenas, sua cultura, suas tradições e todas as formas de vida que tornam sua existência plena de sentido.

Abril Indígena Live - 01/04 - Identidades indígenas e o racismo que enfrentamos

Debate sobre identidades e racismo com Profº Felipe Tuxá, Kuwawa Pietra Dolamita Apurinã e Profº Florencio Vaz Maytapu.

Mostra Muda Picadeiro Digital | Ciclo Muda Outras Economias

“Trama de Palha”, produzido por Kuawá Apurinã e Kunhã Nhandeva, ganha o Festival da Muda.

Junte-se a nós

Gostaríamos muito de receber suas contribuições, ideias e trabalho para se juntar a nós nesta caminhada!

 Estamos trabalhando para colocar no ar as mais diversas produções de mulheres indígenas e nosso objetivo é ter uma periodicidade semestral, sendo o primeiro volume em abril e o segundo em outubro. 

Confira abaixo algumas recomendações para participar. Estamos abertos para novos formatos e ideias, então fique à vontade para nos dar outros caminhos que possamos percorrer e aprender juntas.

Notícias

A advogada Pietra Dolamita salienta o vínculo com a nação indígena do Acre. No debate sobre cotas, ela lembrou aspectos como a trajetória de exploração dos povos indígenas, o preconceito na sociedade, e o risco de extinção conforme projeto que tramita em Brasília.
Nós seguimos demarcando as terras indígenas com luto e sangue”. A sentença é de Valdelice Veron, líder Guarani e Kaiowá, em depoimento para os Jornalistas Livres da Terra Indígena Takwara, no Mato Grosso do Sul.
Kuawá Apurinã, mais conhecida como Pietra Dolamita, é a primeira mestra indígena formada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
O movimento de mulheres indígenas é antigo e remonta à época da colonização europeia no território, hoje, denominado América Latina, momento em que se organizam contra a imposição dos modos de vida europeus.
A vigésima edição do evento tem como tema Memória, Patrimônio Cultural e Direitos Humanos e está recebendo líderes indígenas e quilombolas promovendo a troca de saberes e fazeres com a academia.
No último 29 de janeiro um grupo armado atirou contra a retomada indígena Ñu Verá Guarani-Kaiowá na região de Dourados, no Mato Grosso do Sul.
O fórum vai trazer a Porto Alegre acadêmicos de diversas áreas, lideranças do meio ambiente e de movimentos sociais de diversas partes do Brasil e do mundo
A Articulação Brasileira de Indígenas Antropóloges (ABIA) tem a proposta de articular indígenas da graduação ao doutorado, formados ou em processo de formação, em diferentes áreas de conhecimento da Antropologia. Após quatro anos de muito diálogo, reuniões e articulações, a organização surge em direção à construção de uma sociedade antirracista com visão crítica à colonização.

Fala Pietra Dolomita

Página 13
16 julho 2020

Júlio Quadros entrevista Pietra Dolomita, do Povo Apurinã, que investiu nos estudos acadêmicos e se manteve fiel à causa Indígena ancestral.
As mortes recentes de mulheres indígenas aumentaram a discussão entre lideranças e ativistas sobre a urgência de medidas que combatam a violência racial e de gênero.

Ruidosa Alma

Ruidos alma
25 agosto 2021

Plataforma de criação coletiva em que artistas do teatro e da performance experimentam linguagens artísticas para propor processos de mediação e discussão política através da arte.